domingo, 7 de novembro de 2010

ESCOLA JUSTA
Marcelo Tavares
Geógrafo


Para Dubet, François (2004, p.541) “a Escola é justa porque cada um pode obter sucesso nela em função de seu trabalho e de suas qualidades”. Intitular uma Escola como sendo justa é tarefa árdua para humanos que, por opção ou falta dela, inserem-se nas organizações educacionais espalhadas pelos quatro cantos do mundo. Para uma Escola ser definitivamente justa, é indispensável que exista em seu contexto uma estratégica articulação entre pessoas e ações que, quando trabalhadas de forma correta, devem fomentar a coletividade, a democracia e a união entre os povos. Em meio a cenários repletos de necessidades, flagelos e anseios, atitudes como recortar e colar papeizinhos adereçando portas, paredes e documentos, sabotar inovações propostas e resmungar inconformismos pessoais e/ou políticos retratam um ambiente repleto de humanos insuficientes, pouco criativos e acima de tudo, desvinculados do propósito maior que deveria ser o de formar pessoas capazes de melhorar a qualidade de vida da Nação. Acredito que uma Escola para ser justa deve ser meritocrática, compensar desigualdades, garantir conhecimento a todos, integrar pessoas e permitir o desenvolvimento de talentos. A partir dessa concepção de justiça, somos direcionados a conclusão de que trabalhar muito, preparar aulas inovadoras, preencher corretamente diários, cumprir horários, não faltar e elaborar planejamentos são requisitos básicos e inerentes a profissão. Além do essencial, o que se espera de um profissional verdadeiramente apto é a forma como sugere melhorias, grande senso de bom humor e justiça, criatividade, autogerenciamento e polidez em suas relações – eis um profissional ideal, porém, raríssimo. Procura-se então uma Escola justa, muito justa, justíssima. Tarefa complexa, difícil e com poucos adeptos, porém, desafio possível a partir do momento em que nós, enquanto educadores que discursamos ser façamos justiça a partir de nossas próprias posturas – como? Trabalhando coletivamente, respeitando horários e diferenças, sendo responsáveis, criando planejamentos sem o uso da ferramenta “Ctrl C e Ctrl V” (impossível para muitos), inovando, fomentando a união, incluindo pessoas, não disseminando a discórdia, promovendo o voluntariado e, acima de tudo, opugnando para sempre os berros, jeitos e trejeitos que nada favorecem o bom convívio entre as raças. Para existir igualdade de oportunidades deve primeiramente existir pessoas que se sujeitam a trabalhar com mais afinco. É o mínimo senhores!

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